quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Algures!


Taberna!
As nuvens correm negras no céu como um bando de corvos errantes.
A Lua desmaia como a luz de uma vela que acabou de acender!
Fumo um cigarro enrolado em mortalhas de cólera, caminho por entre ruas frias e escuras, sinto o vento, que vem de lá dos cemitérios onde jazem homens errantes que me vigiam por entre as sombras, me falam ao ouvido com vozes grossas que gelam o coração do mais corajoso humano!
Vou pensando que a alma não é como a lua, sempre nua e bela com a sua virgindade eterna, sou distraído pelos que passam e riem de escárnio e agonias por entre soluços!
Ho se eles soubessem a força do meu ódio, se eles soubessem como ferve este meu sangue em que o vapor faz meus olhos em lágrimas, ódio preso no meu peito, odor de raiva no meu hálito, onde estão os homens de coragem agora?
Ao fundo a taberna, alegria para os meus olhos espelhos da minha alma.
Serve-me!
Bebo-lhe a pureza desse luar ao fresco desta noite, mil beijos nas faces molhadas de lágrimas de tristeza!
Ho noites da minha terra, luar das minhas noites, mulheres da minha vida, perfumes embriagadores são os que trazeis que me enchem a alma de amor e o corpo de coisa alguma!
Volto-me para os homens que me acompanharam nesta longa jornada;
Senhores
em nome de sodas as nossas reminiscências, de todos os nossos sonhos que
mentiram, de todas as nossas esperanças que desbotaram, uma ultima saúde!
E bebo, bebo ate ao ultimo suspiro de vida, até uma ultima gota estrepassar a minha garganta, os meus joelhos tremerem e cederem ao peso do meu corpo, ate os meus olhos fecharem e ainda ter força parate dizer
Rikardo Ramos!

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